quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Roteiro corrístico... descobrindo mais um pouquinho do percurso...

Onde é que tínhamos parado mesmo??? Hummmmm.... Ah... Praça da República!



Well, a Praça da República, já foi conhecida como Largo dos Curros, porque era neste local que os paulistanos do século XIX assistiam a rodeios e touradas (Olééééééé!!!). Depois foi chamada de Largo da Palha, Praça das Milícias, Largo 7 de Abril, Praça 15 de Novembro e, finalmente, em 1889, Praça da República... eita, criatividade para nomes!!!!


Esta praça foi construída a partir do modelo de urbanização européia (imitando de novo!!!), tentando fazer um elo entre o chamado 'centro velho' e o 'centro novo'. E em 1894 foi escolhida como o endereço da Escola Normal Caetano de Campos, edifício planejado por Antônio Francisco de Paula Sousa e Ramos Azevedo (olha ele aí de novo!).


É aqui nesta praça que funciona uma feira de arte e artesanato que começou em 11 de novembro de 1956 com uma barraquinha de selos (aquelas estampinhas que a gente cola em envelopes de cartas, lembra???) e hoje abriga mais de 600 barracas que comercializa principalmente artesanato vindo dos estados do Norte e Nordeste do Brasil, além de países vizinhos, como o Peru e a Bolívia.

Do outro lado da avenida, bem apagadinho, está o Edifício Esther. Está aí um local que ninguém dá a mínima!!!


Este edifício, marco da arquitetura modernista, foi inaugurado em 1938. Foi projetado por Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho em 1936. É um predinho com doze andares que teve algumas novidades como o uso no terraço-jardim, janelas juntas e fachada geométrica. Sem contar que é um prédio de uso misto, com 103 escritórios e unidades residenciais simples e duplex.

Foi aí onde existiu a primeira sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil e o Clube dos Artistas e Amigos da Arte. Nele moraram Di Cavalcanti e o lendário jornalista e cronista social Marcelino de Carvalho. E ainda, o arquiteto modernista Rino Levi também teve seu escritório lá.

Nos anos 50, a badalada boate Oásis, no subsolo, funcionava como reduto de intelectuais.

Lá pelos anos 80, quase demoliram o prédio... mas por sorte do destino e por tratar-se de uma importante obra da arquitetura paulistana, o Edifício Esther foi em 1990, preservado e tombado pelo CONDEPHAAT (conheço esses tombamentos!!! Olha o que está acontecendo com a Vila Itororó!!! Mas isso é uma outra história...). Uhhhh!!! Dizem que está em processo de restauração... faz anos!!!

E como diz meu tio “Toca a andar!!!”

Seguindo a Avenida Ipiranga, viramos à esquerda na Avenida São João... ahhhhhh... Pausa!!!!! Tenho que cantar de novo!!!

"Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas"

Em 1978 este cruzamento (das avenidas Ipiranga e São João) se transformou em um dos pontos mais famosos da cidade de São Paulo, especialmente do centro da cidade. Graças a quem??? Ao Caetano Veloso que gravou a música "Sampa". A verdade é que ele conseguiu poesia em um local bem decadente na época...


É neste cruzamento que se localiza o Bar Brahma. Lugar bacana e o preço um tanto quanto razoável... deixo aqui o convite para quem estiver por aqui nas vésperas da prova!!! Podem me cobrar!!!

E é neste cruzamento é possível avistar o edifício Altino Arantes mais conhecido como Torre do Banespa (na verdade é possível avistá-lo de vários pontos da corrida). Por acaso já esteve lá em cima??? Tão legal!!!! Aliás, será possível avistá-lo de outros pontos do percurso.


Este é mais um edifício emblemático da capital paulista, onde é o 3º mais alto da cidade e o 4º do Brasil (há controvérsias...). Começou a ser construído em 1939, para sediar o Banco do Estado de São Paulo (Banespa), e foi inaugurado em 1947. Durante mais de uma década foi o mais alto da cidade, até ser superado pelo Mirante do Vale, em 1960. Seu projeto inicial foi alterado para fazê-lo à semelhança do Empire State Building, em Nova Iorque (brasileiro adora imitar gringo!!!). Logo após a inauguração, na década de 1940, chegou a ser considerado a maior estrutura em concreto armado do mundo!!!

Seguindo a Avenida São João Encontramos uma das entradas (e um baita funil na corrida...) do “Minhocão”... ou menos conhecido Elevado Presidente Costa e Silva.


Está aí uma obra que causou aqui em São Paulo. Mas também, após 11 meses de obras o "Minhocão" que liga a região central à zona oeste da cidade, engoliu o espaço gigante da paisagem... esse tal elevado tem 3,4 quilômetros.

Imagina uma ponte passando a 5 metros da sua janela!!!!


Essa é mais uma obra que recebeu diversas críticas, sendo chamado de “cenário com arquitetura cruel” e “uma aberração arquitetônica”. Ainda hoje não é bem visto pela população da região, devido à desvalorização de seus imóveis e à deterioração do local. Dizem que vão demolir... hummmm.... não creio!

Olha aí algumas curiosidades:
  • O Elevado Costa e Silva já foi cenário de filmes, como o longa “Terra Estrangeira”, de Walter Salles.
  • “As Meninas”, adaptação do romance de Lygia Fagundes Telles dirigido por Emiliano Ribeiro e protagonizado por Cláudia Liz e Otavio Augusto.
  • ”Não Por Acaso” de Philippe Barcinski.
  • "Ensaio Sobre a Cegueira", dirigido por Fernando Meirelles e protagonizado por Mark Ruffalo, Julianne Moore, Alice Braga, Danny Glover e Gael García Bernal.
  • Também foi utilizado na série da HBO "Alice (série)".
  • É utilizado na Corrida de São Silvestre (essa a gente já sabe, né!!!), em apenas uma parte de sua extensão.
Após de 6 quilômetros de Minhocão (vixe, essa frase ficou esquisita...) a gente chega na Barra Funda, bairro da zona oeste da cidade! E ainda não estamos no meio do percurso, consequentemente do Roteiro!!! Afe!


Do nosso lado direito encontraremos o Parque da Agua Branca que foi criado em 2 de junho de 1929 pelo Secretário de Agricultura Dr. Fernando Costa. Este parque tinha como objetivo abrigar exposições e provas zootécnicas.


Dizem que na época da inauguração a Avenida Água Branca sequer havia sido asfaltada!


É neste bairro que vamos encontrar o Memorial da América Latina lá pelo Km 7,5 da prova. Esta aí um lugar do qual a idéia que ele representa me agrada muito, embora a estrutura física está muito longe de representar o espirito latino americano... quem já viajou pelo continente sabe do que estou falando. Vou tentar ser imparcial aqui!


O Memorial da América Latina foi inaugurado no dia 18 de março de 1989 sem nenhuma amostrinha de vegetação!!! A idéia era criar um centro cultural, político e de lazer. O projeto cultural foi desenvolvido pelo antropólogo Darcy Ribeiro e o conjunto arquitetônico foi projetado por Oscar Niemeyer (eu pessoalmente não acho que foi uma boa idéia, mas...).


  
O complexo é constituído por vários edifícios dispostos ao longo de duas áreas unidas por uma passarela, que somam ao todo 25.210 metros quadrados de área construída: o Salão de Atos, a Biblioteca Latino-Americana, o Centro de Estudos, a Galeria Marta Traba, o Pavilhão da Criatividade, o Auditório Simón Bolívar, o Anexo dos Congressistas e o edifício do Parlamento Latino-Americano. Na Praça Cívica, encontra-se a escultura em concreto, também de Niemeyer, representando uma mão aberta, em posição vertical, com o mapa da América Latina pintado em vermelho na palma.


Para Darcy Ribeiro, o projeto se baseava na premissa de propor o agrupamento das diferentes realidades latino-americanas em uma única problemática, apoiando-se nas consistentes similaridades entre os povos da região. Já para Niemayer construção do memorial representaria a oportunidade de aplicar no Brasil os avanços tecnológicos utilizados na década anterior no projeto que executou em um projeto em Alger. A volumetria dos principais edifícios seria resolvida por meio de grandes superfícies de concreto e vidro, com contrapontos verticais bem marcados. Os edifícios seriam dotados de estruturas ousadas - destacando-se, sobretudo, a biblioteca com os apoios situados fora do prédio, unidos por uma viga de 90 metros de extensão, permitindo um interior totalmente livre, e o auditório com três abóbadas, podendo ser considerado como uma espécie de releitura de seu trabalho na Igreja da Pampulha (por acaso até lembra!!!). A unidade do conjunto seria garantida pelo uso generalizado de superfícies curvas, pintadas de branco. E nada de vegetação!


A escultura principal é a Mão (que eu adoro!), escultura de Oscar Niemeyer, em cuja palma vemos o mapa da América Latina como que em sangue (para mim ele se baseou no título do livro do Eduardo Galeano “As veias abertas da América Latina”). É um emblema deste continente colonizado brutalmente e até hoje em luta por sua identidade e autonomia cultural, política e sócio-econômica.


Ups!
Até o quilômetro 10, é um passeio por alguns bairros, sem nada significativo... neste ponto entramos no Campos Elíseos. Ex-bairro chiquérrimo, hoje detonado e deteriorado da cidade.

Aqui tem muita história para contar! Foi o primeiro bairro nobre da cidade, onde se fixaram vários dos antigos e abastados fazendeiros do café. Hummmm... café!!! Voltando!

O bairro dos Campos Elíseos foi idealizado e loteado por empresários suíços no final do século XIX, em 1878. Além das chacaras a serem loteadas, a localização era privilegiada: próximo da Estação de trem Sorocabana (estação Julio Prestes), também inaugurada em 1878 e da Estação da Luz e, ao mesmo tempo, não muito longe do centro da cidade, os terrenos do loteamento eram ideais para abrigar as mansões e residências dos barões do café quando vinham à capital a negócios. Chique, né!!!


Por lá também estava o Liceu Coração de Jesus, colégio famoso da época e o principal hospital da cidade na época, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Foi na década de 30, quando começou a decadência... os cafeicultores estavam com dificuldades financeiras e então começaram a optar por mudarem para outros bairros, muitos casarões e mansões foram demolidos, cedendo espaço a prédios de apartamentos. Outros continuaram de pé, sendo alugados e sublocados, transformando-se em pensões, cortiços e moradias coletivas precárias. Xiiiiiii!!!!

Tudo piorou com o processo de decadência e esvaziamento do centro da cidade, a partir da década de 1970, com a transferência de muitos escritórios para a região da Avenida Paulista...  Aí pronto! Já era!

Well... ainda temos muito para ver... mas isso vai ter que ficar para amanhã...

Dona D


P.S.: Você já mandou a sua foto para o novo mosaico???? Ah, não se esqueça do sorteio!



6 comentários:

  1. Muito bom o roteiro corrístico e turístico.

    Bjos,
    Dani
    www.correndoemagrecendo.blogspot.com

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  2. Estou adorando o Roteiro Corrísticop Mister M.! Bom demais! E tempo pra escrever tudo isso? organizar? fotografar? Acho que tem alguem que não está treinando...
    Beijos.

    Felipe

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  3. Olá...Achei seu blog atraves de outros. Tb tenho um blog sobre corridas, o Just Run! Se quiser dá uma passadinha por lá e se gostar, seja uma seguidora...

    abraços e ótimos treinos

    www.lucy-justrun.blogspot.com


    ps.: Virei sua seguidora...rs

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  4. Tá chegando na parte que gosto, conta logo vai! Tá muito bom.

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  5. Eu corri lá com a D.
    Eu corri lá com a D.

    Dia 31 vou correr de novo.
    lá lá lá lá!!!!!!!

    PS: Estes posts não podem ficar perdidos no blog, faça uma referencia e link para eles, na lateralzinha da página principal!!!!

    Porque são muuuuito bons!!!

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  6. Dona d vc é sensacional!! Concordo com o Claudio, deixa este post com muitas estrelinhas!!

    Bora para o bar Brahma!!!KKKK

    Pri

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